07/03/2012

Passarinho comendo piolhos em cima da cachola, embaixo da cartola

Nunca fomos nós,
Atados desde que nos vimos.
E, no entanto, precisamos de tantas ataduras
Para tantas fraturas...
Pouco estivemos sós,
E a multidão sempre me assustou.
Mas o que se passa em você,
É bem diferente em mim:
Você quer passarinho na gaiola.
E eu, fora.
Você o quer enjaulado pra poder cuidar,
Alimentar a dependência de você
E reforçar sua incapacidade de voar.
Já eu quero ver voar...
Sem se importar com o alpiste na cumbuca
Ou os piolhos nas cabeças.
Mãe Natureza tudo dá,
Problemas e soluções.
Mesmo a quem não merece.
E é aí que me fio,
Que me enfio no meu ninho.
E quem olha (me) acha estranho.
Mas não dou um pio.
E só canto no meu canto.