22/09/2011

Caminho das borboletas

Há muitas pegadas,
Deixadas no ar,
Em todo lugar.
Há um caminho desconhecido
De borboletas selvagens,
Instintivas,
Que pousam desconcertadas,
E chupam a seiva da vida,
Para reproduzir a vida.
Pelo vento que sopra,
São levadas!
Deixam suas marcas.
Revoada!
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Poesia criada depois que vi partes de um filme sobre a dança das borboletas na costa da África Oriental: não há razão para elas seguirem seu caminho, mas seguem. Norbert Elias analisa as sociedades humanas também a partir de seu carater instintivo, de como frequentemente realizamos a vida sem planeja-la, sem racionaliza-la. Aí pensei até em outra poesia mais ou menos assim (mas que não quero dar fim):
Nunca é bom ter sempre razão.
Às vezes é bom ficar sem palavras.
É sempre bom admirar uma borboleta a voar.
Mesmo sem razão,
Sem convicção.