15/10/2010

Uma poesia universal

Queria uma poesia universal. Então pensei que poderia falar do amor. Mas aí lembrei que há sociedades em que não há amor. Não esse nosso amor romântico.
Então pensei numa forma de compensação: na possibilidade de escrever sobre o perdão. Mas aí lembrei que nem sempre se concede o perdão. E nem sempre se recebe o perdão.
Resolvi então escrever sobre a dor. Não há sociedade que não saiba o que é uma perda dolorosa, uma angústia. Então, queria que fosse um texto simples: com uma simplicidade rasa o suficiente para deixar a dor ser sentida intensamente. E achava que quanto menos palavras utilizasse, mais universal seria. Pensei no seguinte:
Soledad es muerte.
Einsamkeit ist der Tod.
Loneliness is death.
La solitude est la mort.
La solitudine è la morte.
孤独は死です。

Enfim, muitas maneiras de escrever assim, sem rima, uma mesma verdade universal:
Solidão é morte.


Só.