26/07/2010

Retrospectiva

Olho pra trás e entendo os equívocos,
Mas não me conformo com os acertos.
E tento corrigir os erros
E esquecer os acertos.
Os acertos que me acertaram em cheio,
Que me levaram ao chão,
Que marcaram a minha vida.

Olho pra trás e não vejo ninguém:
Não há pessoas,
Não há amores,
Não há intrigas,
Nem seduções.
Mas está tudo aqui comigo,
Tudo ao meu abrigo.

Olho pra trás e exercito minha memória.
Lembro de cada situação,
Lembro de cada complicação,
De cada rosto,
Cada expressão.
Mas não lembro de nada
Que não me cause alguma emoção.

Olho pra trás e vejo o fim.
A distância temporal cumpre um curso natural:
Faz amadurecer,
Faz apodrecer
E morrer sentimentos.
Se há um proveito a tirar dessa distância,
É matar a amargura que seca;
Que mata.
E não para por aí.
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Hoje não tenho ressentimentos, mas também não tenho ilusões. E sigo ligando os pontos, dando sentido aos rastros. E você pode me ajudar.