02/07/2010

Muito por aprender


Fico pensando sobre como é difícil levar para o âmbito profissional nossas competências pessoais. E o inverso também é complicado: às vezes a gente é profissionalmente muito capaz, mas nossos relacionamentos são um desastre. Há muito o que aprender, pessoal e profissionalmente, mas a arrogância, o sentimento de auto-suficiência, atrapalha essa aprendizagem e faz escoar pelo ralo nossas chances.
Se fosse possível escolher, preferiria ser habilidoso no trato com as pessoas. Mas sei que a atividade profissional por vezes impõe um distanciamento social, que a profissão sacrifica os relacionamentos. É preciso uma auto-crítica apurada pra não perder a linha, pra não se deixar levar pra longe dos outros. Senão, a queda é enorme e fatal.
Eu sempre preferi os humanos; valorizei, sem idolatrar, os cabelos brancos; gostei mais de tocar que de falar; admirei quem abre mão de seu poder; elogiei o cuidado com o outro; estimulei os ouvidos (e olhos) atentos; prestei atenção nos últimos; cumprimentei os excluídos... E quer saber, apesar de minha predileção pela fraqueza e humildade, continuo errando muito, continuo distante dos meus ideais e de algumas pessoas das quais gostaria de ser mais próximo.
E fico imaginando a dor de quem sequer se esforça pra ser agradável: sem respeitar o tempo (o nosso e o dos outros) não atentamos para o vencimento do prazo de validade.