10/10/2010

Cabana

Construí uma cabana na praia.
Ela é toda de bambu.

Lá não tem eletricidade,
Não tem água encanada,
Nem privada.

Lá não tem endereço,
Não tem fogão,
Nem televisão.

Lá não pega celular,
Não tem geladeira,
Nem frigideira.

Lá não tem fechadura,
Não tem cama,
Nem fama.

Só não digo onde é pra não lotar,
Pra algum conhecido não me ligar
Desejando ir pra lá;
Pra não atrapalhar
Meu descanso à beira-mar.

Mas essa cabana só tem um problema,
Que é o meu maior dilema,
Não tem você.

Por isso, já não sei se vou.
Pois sem você, não sou.
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Enquanto escrevia essa poesia, meu filho Tito, que tem um ano e oito meses, entrou no escritório com seu irmão Pedro e apertou o teclado aleatoriamente. Resolvi manter na poesia a "sujeira" que ele produziu, para que no futuro ele saiba que viver é também conviver, que eu trabalhava enquanto eles circulavam em torno de mim. Que o erro faz parte da vida. E que nem sempre é o pior que pode acontecer. Pior que errar é não tentar. Tentei, tento e tentarei sempre acertar. Mas errei, erro e errarei mais do que gostaria. E estou muito feliz com essa minha condição errante, imperfeita, humana. Vamos em frente com força e sensibilidade. Sempre. Amo você!