21/02/2007

Papai

Sujeito importante na nossa vida é o tal do pai, não é? Quem não tem mais pai, ou nunca teve, sabe o que estou dizendo. Fica aquele vazio, imaginamos que bom seria termos pai. Quem teve o pai pouco presente em casa ou excessivamente presente em sua vida também sabe o que estou dizendo. Enfim, todos sabemos a importância que o pai teve ou tem em nossas vidas. Eles são quase determinantes em nossa trajetória pessoal.
Freud diz que o pai representa a figura da lei em casa. A figura do pai marcaria a divisão entre aquilo que o filho pode ter e aquilo que ele não pode ter. E o momento em que o filho descobre que a mãe não é dele, mas do pai, seria o mais singular do papel limitador do pai. Neste momento o filho seria imensamente frustrado na realização de seus interesses ao se deparar com outro interesse diferente e arrebatador, o do pai.
O pai nos traumatiza e/ou nos incentiva. Se nos sufocou demais, lembramos dele com raiva ou até com ódio. Se nos acompanhou de perto, e na medida exata, ficamos saudosos dos tempos de criança a da presença dele em nossas vidas, lembrando dele sempre com ternura.
Talvez este tipo de pensamento só ocorra a quem está envelhecendo, mas deveria ocorrer a todos, antes até de envelhecer, para valorizarmos mais a presença do pai enquanto ele está por perto. Mas não se engane, depois da leitura deste texto se você não for levado a pensar na figura do seu pai, e na importância da presença (ou ausência) dele pra sua vida, um dia, fatalmente, isso acontecerá.
O maior motivo de tanta reflexão sobre o assunto é que um dia os filhos também se tornam pais. Saimos da condição de sujeito de reflexão para objeto da reflexão. Aí será a vez de nossos filhos refletirem sobre nós. Eu acabo de saber que serei pai pela segunda vez. Papai! Posso dizer que é um posto difícil e muito prazeroso.